BENEFÍCIOS DA ORIENTAÇÃO E MOBILIDADE - ESTUDO INTERCULTURAL ENTRE BRASIL E PORTUGAL
Sonia B. Hoffmann

RESUMO

A perda de mobilidade independente, considerada o maior entrave interativo resultante da deficiência visual, pode ser resgatada pelo indivíduo portador de cegueira ou visão subnormal através da aprendizagem e da utilização das técnicas de Orientação e Mobilidade (OM). A este grande objetivo, doze outros benefícios estão associados e foram motivo de estudo intercultural entre Brasil e Portugal.

ABSTRACT

The loss of independent mobility considered as the greatest interactive obstacle resulting from visual impairment, con be made up for by the blind or lowvision person, through the Iearning and practice of Orientation and Mobility techniques. Twelve other benefits are connected, and they have been the reason for an intercultural study between Brazil and Portugal.


Introdução

A deficiência visual é caracterizada pela anulação ou pelo sério comprometimento da captação das informações ambientais pelo canal perceptivo da visão, categorizando seus portadores em cegos ou com visão subnormal, respectivamente.

Esta impossibilidade ou esta dificuldade visual provoca profunda e extensa problemática que não está restrita aos limites anatômicos do olho, mas envolve cumulativamente os aspectos motores, afetivos, sociais e cognitivos do indivíduo.

A perda da mobilidade independente pode ser considerada o maior entrave interativo trazido ao indivíduo pela deficiência visual: fato que parece alterar substancial e significativamente seu próprio estilo de vida. Esta causa-efeito, no entanto, pode ser reduzida ou dissipada pela aprendizagem e pela utilização das técnicas de Orientação e Mobilidade.

Orientação e Mobilidade (OM) é uma atividade adaptativa que, em nosso parecer, deve ser orientada pelo professor de Educação Física ou pelo Fisioterapeuta (profissionais diretamente especializados no movimento humano) e, quando possível, participantes de equipe inter-disciplinar. É definida como um processo amplo e flexível, composto por um conjunto de capacidades relacionadas aos diversos aspectos do desenvolvimento humano e por um grupo de técnicas apropriadas e específicas (guia vidente, proteção e bengala), permitindo ao seu usuário conhecer, relacionar-se e deslocar-se de forma (in)dependente e natural nas várias estruturas, nos espaços e nas situações do ambiente.

Com a finalidade de identificar outros benefícios decorrentes do uso das técnicas de OM, foi realizado um estudo comparado-descritivo entre Brasil e Portugal.


Estudo intercultural

Para a realização do estudo entre Brasil (Estado do Rio Grande do Sul) e Portugal (cidade do Porto e outras localidades), foram apresentados a 72 indivíduos portadores de deficiência visual, 50 profissionais especializados e 28 instituições que atuam nesta área (50% brasileiros e 50% portugueses, em todos os casos), por questionários, doze possíveis benefícios provenientes da aprendizagem e do uso efetivo das técnicas de OM.

TABELA - IMPORTÂNCIA ATRIBUIDA POR PORTADORES DE DEFICIÊNCIA VISUAL, PROFISSIONAIS ESPECIALIZADOS E INSTITUIÇÕES AOS PROVÁVEIS BENEFÍCIOS ADVINDOS DO USO DAS TÉCNICAS DE ORIENTAÇÃO E MOBILIDADE (ESTUDO COMPARADO ENTRE BRASIL E PORTUGAL)

Prováveis benefícios PPD PE INS % médio
Independência 94% 98% 89% 94%
Segurança 97% 96% 85% 93%-
Auto-confiança 92% 96% 85% 91%
Contato social 84% 90% 89% 88%
Integração 84% 94% 85% 88%
Privacidade 88% 86% 85% 86%
Noção de distância 74% 92% 82% 83%
Relação tempo/espaço 66% 90% 85% 80%
Equilíbrio corporal 64% 90% 85% 80%
Oportunidade de emprego 63% 90% 78% 77%
Conhec. real dos objetos 66% 82% 78% 75%
Poder econômico 57% 72% 60% 63%

Fonte: HOFFMANN, 1998


As informações obtidas sobre o grau de importância atribuído a estas variáveis possibilitaram a formação da hierarquia exposta na tabela e ilustrada no gráfico acima.

Independência

A posição de destaque deste benefício assume um significado que ultrapassa o valor quantitativo da expressão numérica. Ele fortalece, por um lado, a possibilidade do alcance de muitas das facetas da independência pelo uso da OM no desempenho das diversas atividades locomotoras da vida diária e, por outro aspecto, representa uma nítida compreensão e um reconhecimento da profunda necessidade de aquisição, desenvolvimento e manutenção da maior autonomia possível pelo portador de deficiência visual.

Este efeito é atingido, em nosso entendimento, através da efetiva aprendizagem e do manejo de todas as técnicas de OM, embora o recurso do guia vidente esteja categorizado como "locomoção dependente". Mesmo com a utilização das técnicas da locomoção independente (bengala), todo usuário terá, em algum momento, a necessidade de solicitar, receber e/ou dispensar o apoio de um guia: o conhecimento global da OM lhe oferece a condição e a segurança para esta atitude, principalmente dentro das suas conveniências e não apenas daquelas do guia vidente, garantindo, assim, sua independência.

Cabe salientar que o efeito positivo da independência não está restrito à aquisição da capacidade do indivíduo com deficiência visual em realizar atividades com a maior autonomia locomotora possível: ele influencia diretamente o seu bem estar geral e a sua capacidade em interagir no e sobre o ambiente, em qualquer faixa etária.

É importante destacar que, de acordo com a idade em que o ensino da OM for introduzido (etapa infantil, adolescência ou idade adulta), a independência será conquistada com mais ou menos rapidez, intensidade e gradação.


Segurança

A observação e a experiência indicam que o indivíduo portador de deficiência visual se encontra, justamente pelo comprometimento sensorial, mais propenso a defrontar situações de constrangimento, perigo, acidente ou choque durante seus deslocamentos. O uso adequado das técnicas da bengala, de proteção e/ou do guia vidente podem efetivamente reduzir a probabilidade destes riscos.

Com referência à bengala, como instrumento de proteção, ela ultrapassa a Íunção de evitar colisões do seu usuário com obstáculos ambientais, principalmente quando estes obstáculos são terrestres ou se encontram em uma altura correspondente à distância entre a base da bengala (ponteira) e a sua porção superior. Ela também possibilita ao indivíduo modificar a direção, o tipo e o ritmo do movimento pelo controle mental de sua resposta a um estímulo ambiental, através do tempo de reação.

Vista como um instrumento de orientação, a bengala longa ou articulada pode também ser considerada um instrumento que permite ao indivíduo sentir-se seguro com o seu uso, pois, através dela, é mantida a estabilidade de sua orientação.

Isto pode significar que os recursos utilizados na OM oferecem ao portador de deficiência visual a possibilidade de ele realizar, em várias situações, atividades que envolvam deslocamentos com o sentimento de estar protegido contra possíveis choques e/ou acidentes.

Contudo, no caso específico da bengala, é importante ressaltar que a motivação de uma pessoa cega para seus deslocamentos deve ter maior intensidade do que o seu receio de enfrentar obstáculos.


Auto-confiança

O domínio e o manejo dos recursos da OM proporcionam ao portador de deficiência visual a diversificação e a qualificação das experiências locomotoras e, assim, o exercício das suas habilidades motoras e cognitivas. Esta ação provoca o auto-conhecimento e a vivência da dicotomia confronto-resolução, possibilitando o desenvolvimento da confiança e da segurança em suas competências e (re)ações corporais e intelectuais, bem como a constatação das suas limitações ou possibilidades frente ao ambiente ecológico.

Quanto ao uso específico da bengala, seu usuário encontra neste instrumento a possibilidade de realizar, por si só, seus deslocamentos no ambiente, com mais freqüência, proteção e segurança. O somatório destes benefícios ocasiona, de forma gradual, a (re)aquisição e o desenvolvimento do sentimento de auto-confiança.


Integração

A utilização das diferentes técnicas de OM para uma locomoção segura, orientada, produtiva e coerente proporciona ao portador de deficiência visual participar, ativa e efetivamente, nos vários níveis e nas várias estruturas do ambiente. Com a freqüência, a sistemática e a espontaneidade das participações, ele torna-se mais proximo e envolvido com os acontecimentos, as pessoas e as situações que o rodeiam, qualificando sua interação.

Entretanto, esta integração será mais ou menos intensa e agilizada se as pessoas envolvidas no processo, videntes e portadoras de deficiência visual, estiverem conscientes e predispostas a "enxergar" e "vivenciar" suas diferenças e possibilidades. Isto torna o seu processo integrativo mais fortalecido, consistente e plurilateral.


Contato social

Considerando que o contato social pode ser estabelecido nas mais diversas situações e níveis do ambiente ecológico, entendemos que o trânsito diário do indivíduo com deficiência visual, principalmente com a bengala, provoca uma aproximação natural de outras pessoas e, assim, a possibilidade do estabelecimento de inter-relações comunicativas verbais a partir da sua necessidade em solicitar informação ou auxilio até a manifestação de comentário ou sugestão,por exemplo.

No entanto, estes intercâmbios proporcionam muito mais do que ampliar as relações sociais, mas também a chance de aperfeiçoar as habilidades comunicativas, (re)conhecer e fortalecer as (re)ações e os sentimentos próprios ou alheios e amadurecer socialmente.

Porém, é imprescindível enfatizar que, sem um manejo efetivo, lógico e inteligente da bengala, o portador de deficiência visual poderá distanciar-se ou evitar sua aproximação de outras pessoas devido ao desenvolvimento de uma suposta auto-suficiência. Por outro lado, a dificuldade de aproximação e relacionamento social poderá ocorrer mesmo com o usuário da bengala, pois, muitas vezes, ele não tem o conhecimento da presença de outra ou de determinada pessoa no ambiente (fato que, normalmente, não acontece na presença de um guia-vidente treinado).


Privacidade

A privacidade é um elemento necessário para preservar a individualidade. Em função do comprometimento visual, o portador desta deficiência está mais sujeito a interferências ou dependências de pessoas videntes na elaboração e no desempenho das atividades simples e complexas da sua vida diária.

No entanto, a utilização exclusivamente da bengala poderá reduzir ou anular tais intervenções quando as atividades estiverem relacionadas apenas à locomoção porque, além de proporcionar autonomia em seus deslocamentos, o uso efetivo deste instrumento possibilita ao individuo a elaboração e a execução de determinadas ações e atitudes sem a necessidade de justificativas, divulgação, explicações ou constrangimentos.

Ressaltamos, contudo, que a privacidade de um portador de deficiência visual não é mantida apenas por suas autonomias de locomoção e comportamentos: é determinada também por sua personalidade. Neste sentido, é importante observar a existência de uma relação entre privacidade e uso da OM na etapa infantil, uma vez que, desde as idades mais baixas, a individualidade e o espaço próprio vêm sendo construídos pela criança através da aprendizagem do mover-se motora e cognitivamente, da tomada de decisões, da auto-organização e do conhecimento e da estruturação da sua conduta ética diante dos próprios atos e dos comportamentos, e das ações de outros elementos do ambiente ecológico.


Noção de distância

A aprendizagem e o uso efetivos das técnicas de OM, especialmente o guia vidente e a bengala, possibilitam ao indivíduo com deficiência visual conhecer os diferentes conceitos espaciais, estabelecer sua posição e estimar a sua distância perante os elementos do ambiente e destes entre si.

Além da possibilidade de orientação espacial, esta noção de distância (comprimento, altura e largura) oferece ao indivíduo informações sobre a dimensão da continuidade ou da irregularidade da superfície ambiental: isto permite deslocamentos com maior segurança, objetividade e determinação.


Noção de espaço-tempo

A utilização da OM traz aos seus usuários, na realização das atividades da vida diária, importante contribuição para sua compreensão e sua elaboração dos conceitos e das relações espaço-temporais existentes nas ações e nos elementos do ambiente.

A apreensão, a organização e a avaliação destes conceitos e relações podem ser adquiridas e desenvolvidas tanto com o uso das técnicas do guia-vidente quanto de proteção e bengala. No entanto, é importante ressaltar que as diferentes técnicas de OM podem, em muitas situações, proporcionar ao seu usuário o (re)conhecimento ou o alcance dos elementos no ambiente dentro de diferentes intervalos de tempo: a chegada em um ponto no "longe", por exemplo, será realizada provavelmente com mais rapidez, se o portador de deficiência visual utilizar adequadamente a técnica do guia vidente em lugar da técnica da bengala ou desta em oposição ao não-uso de qualquer outra.

Além disto, a utilização das técnicas de proteçao) e/ou da bengala possibilita deslocamentos e apropriações mais rápidos e precisos do que aqueles realizados com o receio e a desorientação característicos do portador de deficiência visual que deveria ser, mas não é, usuário da OM. Isto acontece, inclusive, pela possibilidade de ele obter uma apreensão, imediata ou não, da disposição e da relação dos elementos no espaço e de sua ordenação no tempo.

A partir daí, o indivíduo é capaz de estruturar correlações deste tempo com a distância e com a disposição dos elementos no ambiente (no qual se inclui) e, assim, agilizar a realização ou a compreensão dos acontecimentos em sua vida.


Equilíbrio corporal

Com a finalidade de garantir a orientação, a direção e a firmeza em seu deslocamento, o usuário dos recursos da OM utiliza as potencialidades da sua musculatura (estática e dinâmica), a coordenação e a memória muscular para a manutenção da postura, a linha gravitacional, a abertura adequada da base de sustentação e a objetividade dos movimentos. Desta forma, podemos observar que a organização corporal contínua e cíclica é necessária, gerando-se recíproca e (in)diretamente o equilíbrio.

A realização sistemática de deslocamentos e explorações com freqüência, qualidade e confiança obtidos pelo uso das técnicas de OM confere mais estabilidade ao portador de deficiência visual.

Relativamente ao uso efetivo da bengala ou do guia vidente, é importante enfatizar que esta estabilidade é um efeito indireto, uma vez que tais recursos não têm a função de apoio ou sustentação, mas de orientação.


Oportunidade de emprego

Ao contrário do pensamento de muitas pessoas, o uso das técnicas de OM (especialmente a bengala) apresenta uma relação direta com a possibilidade de facilitação ou melhoria (em quantidade e qualidade) na obtenção, no acesso e no exercício de uma atividade profissional.

A justificativa não está somente no fato de realizar deslocamentos mais independentes, mas também no provável aumento da sua capacidade adaptativa funcional a horários ou modificações de percursos. Além disto, com o domínio e o uso da bengala, ele pode diversificar a forma de seus deslocamentos, sem a necessidade de embaraço, inconveniência ou constrangimento de solicitações permanentes ou dependência exclusiva da disponibilidade de outra pessoa para sua condução ao ambiente de trabalho.

Contudo, a ausência de uma OM independente não implica e nem sempre indica impedimento para a obtenção de emprego (no mercado) formal ou informal de trabalho) por parte deste indivíduo; porém, salientamos que a dependência total de um guia ou a falta de segurança para realizar os deslocamentos pode ser motivo de restrição da qualidade e da quantidade das suas chances profissionais.


Conhecimento real dos objetos

É comum encontrarmos entre os portadores de deficiência visual um conhecimento e uma compreensão teórica ou imaginária dos objetos ambientais (nem sempre distantes), fundamentados na descrição e nos conceitos de outras pessoas, sendo, por isto, muitas vezes distorcido.

O manejo e a aplicação adequada da OM podem auxiliar na exploração do ambiente e na aproximação física dos objetos, facilitando seu (re)conhecimento real destes pela oportunidade de coletar elementos que o auxiliam na organização e na estruturação do seu conhecimento e do funcionamento do sistema ecológico que o envolve. Com isto, a necessidade de conhecimentos exclusivamente descritivos restringe-se aos objetos que realmente oferecem dificuldade na compreensão e na exploração da forma e da dimensão pelo toque ou pelo movimento.

Relativamente ao uso da bengala, este conhecimento também pode ocorrer pela possibilidade de ela própria (quando possível e necessário) ser utilizada como instrumento de exploração e conhecimento das dimensões e da superfície do objeto.

Convém salientar que, na fase infantil, o (re)conhecimento dos diferentes objetos ambientais contribui para a ampliação e o amadurecimento de conceitos, relações e formas, assim como para o fortalecimento e o enriquecimento das áreas cognitiva, afetiva e motora de qualquer criança. Para a criança cega congênita, esta possibilidade assume proporções ainda maiores, tanto em importância quanto em necessidade.


Poder econômico

Oportunidade de emprego, poder econômico e uso efetivo das técnicas de OM, especialmente a bengala, podem estar forte e reciprocamente vinculados. Isto porque a manutenção ou a melhoria do poder econômico é conseqüência direta do exercício de uma atividade profissional, os quais, por sua vez, podem produzir modificações culturais, emotivas e sociais na pessoa visualmente comprometida.

No entanto, observamos que a melhora ou a manutençao da situação financeira não representa apenas a possibilidade da aquisição de bens, mercadorias e serviços necessários a sua subsistência, estilo ou qualidade de vida: significa também a viabilidade da obtenção de instrumentos e recursos, adaptativos ou não, que facilitem o desempenho das atividades culturais, educativas, profissionais, recreativas e esportivas. Estas possibilidades ampliam sua oportunidade de participação, conquista e sucesso nos diversos espaços sociais e nos vários aspectos do seu desenvolvimento global.

Cabe salientar, porém, que sua melhoria no poder aquisitivo pode ocorrer não apenas em função do desempenho profissional: muitos são os casos em que a utilização da bengala permite ao indivíduo a dispensa de retribuições ou pagamentos a outras pessoas ou serviços para a execução de tarefas que envolvam a locomoção.


Conclusão

A introdução do ensino e do uso da OM (lúdico ou formal), em qualquer faixa etária, oferece ao indivíduo cego ou com visão subnormal recíprocos instrumentos de adaptação e estratégia interativa para sua vivência e participação em diferentes estruturas, atividades e situações do ambiente.

Isto proporciona a ele estabelecer inter-relações significativas e, de algum modo, possibilita a aquisição e o desenvolvimento gradativo e cíclico de habilidades que vão para além da motricidade ampla e fina, mas envolvem os aspectos cognitivos, afetivos e sociais evolutivos.

Estes ganhos interdesenvolvimentais, por sua vez, são contribuições importantes que permitem que o indivíduo vivencie e exerça o seu direito à diferença, a sua cidadania e a sua individualidade em qualquer espaço ou estrutura cultural na qual possa estar inserido - Brasil ou Portugal.

No entanto, a observação indica que, freqüentemente, a introdução da OM fica reduzida ao ensino e ao uso específico das técnicas da bengala e que, infelizmente em muitos casos, ao próprio usuário potencial nem sempre a aprendizagem deste processo é oferecida no momento certo e da maneira adequada.

A partir deste fato, é possível inferir que a inabilidade encontrada em algumas instituições ou em profissionais da OM e o desconhecimento da real amplitude dos benefícios resultantes da utilização dos recursos e técnicas de OM sejam motivos pelos quais indivíduos portadores de cegueira ou visão subnormal apresentem tamanha resistência para o enfrentamento do estigma e do) mito da cegueira, e de tudo aquilo que dela cada um pode depreender.


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Observação da autora:

Originalmente, não foi utilizada em nenhu ponto do texto a palavra "vidente". Esta alteração foi de inteira responsabilidade da Revista Benjamin Constant.

[PERMITIDA A DIVULGAÇÃO E A REPRODUÇÃO DESTE MATERIAL DESDE QUE CITADA A FONTE]


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